Adeus

Eu era uma pessoa feliz com meu pintinho. A um mês eu e meu Piuzinho mantínhamos uma relação estável e interativa, de prazeres e alegrias. Mas agora meu companheiro, meu pequeno, meu fiel escudeiro, decidiu me abandonar. Nada mais trágico. Ser comido por um gato miserável e faminto. Esse foi o resultado de passar seu um mês de vida pertencendo a mim. Qualquer coisa presa a mim tem que ser resistente, e essa é uma verdade da vida. Nas noites passadas, o maldito gato já apresentava seus primeiros sinais de fome insaciável, estourando as noites com seus uivos, e oi? Estamos falando de alguns dos animaizinhos mais dóceis que já tive! Que raiva... Mas eu ainda acreditei que meu bebê poderia continuar vivo. Poderia ter escapado, não seria impossível... E hoje, quando cheguei da escola, escutei piados, mas não eram os do meu Piuzinho. Haviam piados por todos os lados, e eu fiquei deprimida, e resolvi afogar as mágoas, e bem, talvez isso tenha influído no pacote de bolachas e chocolates vazios que resultaram da manhã de hoje. Ou talvez não... Mas o que importa é que agora tenho que comprar presentinhos para os gatos da vizinhança, e para alguém como eu, não existe a opção de não ter vingança. Vingança é um prato que se come frio, literalmente. Não quero mais um Pintinho de estimação, foi bom enquanto durou, mas o sofrimento pós perda é terrível, mesmo se tratando de um pintinho, que certas pessoas acreditam que não possuem a capacidade de amar e serem amados!